quarta-feira, 14 de abril de 2010

Questa è la vita

Gente, como viver pode ser tão estranho??? Ando um tanto introspectiva... Se pudesse, teria passado o dia de ontem meditando e refletindo sobre coisas que acontecem e que, por mais que eu tente, não consigo compreender. Viver em sociedade é uma experiência psicodélica e isso é algo bem interessante (para não usar outro adjetivo). Se pararmos para ver o que há por trás dos rótulos, das imagens, das fantasias, dos sorrisos, dos olhares... Ah, e essa viagem pode ser feita sem o uso de qualquer psicotrópico!

Eu sempre vi a vida como se fosse uma imensa história em quadrinhos. Nunca tomei ácido porque nunca precisei de tal fuga (bom, a gente foge do mundo usando outros recursos também, hehe...). E, de certa forma, posso compreender o que leva as pessoas a buscarem formas alternativas de lidar com o que nos cerca.

Tenho um olhar beeeeem particular sobre a realidade e, se tentasse defini-lo para alguém, acabaria fazendo uma analogia com o filme Matrix. É o que mais se assemelha a minha forma de pensar o mundo como uma imensa caixa, onde não existe liberdade, onde somos marionetes, manipulados pela mídia e até por nosso próprios desejos. E a arte, que deveria ser uma LIBERTAÇÃO, acaba servindo de instrumento para essas forças malignas, exteriores e interiores, uma espécie de algema, de cárcere, onde o artista não é o mocinho (do meu mundo de história em quadrinhos), mas sim o vilão. Já cheguei a pensar, em tempos passados, que ser artista é uma forma de condenação. As pessoas dizem que nascer com aptidão artística é uma bênção, um dom, mas, sinceramente, tenho minhas dúvidas. Na “caixa” pouco importa o dom, se não vem atrelado aos cifrões. A arte é produto de consumo, de massa, refém do ego e não mais Inspiração Divina.

E por que acho o mundo estranho?

Porque ando com o “saco” (rs) bem cheio de todo o teatro, das encenações nas relações “humanas”, das inseguranças veladas, das convenções, das armadilhas dentro de uma embalagem de sucrilhos.

Não raro penso nas longas conversas que tive com meu grande amigo (irmão de alma) Demétrius, no decorrer de anos. A tônica foi, em vários momentos, as relações “humanas”, o abuso do poder, as mentiras e, consequentemente, as dores. Os anos passaram e creio que pouca coisa mudou. Queria ser hoje mais tolerante, mais sábia, mais hábil ao lidar com as “gentes”, mas reconheço que não sou assim. E o que me cerca é o mundo que construo a cada dia, que tento fazer da melhor forma, mesmo consciente da falta de cumplicidade (significativas vezes) e das dores (que, se os pedreiros tem nas costas, por conta do trabalho pesado, tenho na alma, pelo peso da incompreensão).

Fazer o quê? Questa è la vita.

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