Há dias em que nem deveríamos sair da cama. Dia de vazios e tons cinzentos, cinzentos na alma...
E o mundo lá fora te cobra o tempo todo: “seja forte!”, quando tudo o que você mais quer é ficar debaixo de um cobertor, escondido, protegido.
Eu sempre tentei entender as pessoas e as razões que as levam a agir de formas estúpidas. Claro que não conquistei meu objetivo e, sinceramente, estou num ponto da vida onde desistir, mais do que um ato de covardia é um ato de coragem. Explico: já perdi tempo demais envolvida com coisas inúteis e sentimentos que não me levaram a lugar nenhum; portanto, atualmente, é bem mais fácil desistir dessas falsas promessas, dessas ilusões demoníacas que acabam por gerar dor e sofrimento. E, mais uma vez, lembro do budismo que tanto fala em desapego. Sábios budistas!
O fato é que viver na matrix pode ser excitante, mas cansa. Cansa quando se vive como eu, com os poros abertos, sentindo tudo e observando o que se pode e o que não se pode ver. As dores, quando se vive assim, são multiplicadas. E não há remédio. É o preço que se paga por um certo conhecimento. Por isso, a ignorância, pra uns, é deleite.
Isto aqui é só um desabafo porque o dia não amanheceu pintado com as cores que gostaria. Mas, tudo bem, tudo passa e é só um dia. Amanhã será diferente, apesar do mundo com as mesmas pessoas, as mesmas burrices, as mesmas atitudes egoístas e ignorantes, as mesmas atrocidades, as mesmas falsidades, os mesmos apegos...
Espero cumprir minha missão aqui, o mais breve possível, e passar para uma nova etapa. Sinto-me como um aluno repetente que almeja passar para uma nova série.
Que a tarde de vocês seja doce, como uma torta gelada de chocolate!
Ninja